02/11/2011

cábulas de memória.

Sempre me disseram que a fotografia não era algo relevante, que se destaca-se na sociedade, afirmaram até que a fotografia é somente uma espécie de cábula para a memória. Até aceito, visto que a fotografia não passa de uma gravação de imagem de uma data especial, um aniversário, um nascimento, um baptizado ou até um casamento, entre os seus queridos.
No entanto foi nessas mesmas ditas "cábulas" que as mais profundas emoções do ser humano, desde um simples sorriso estampado na cara a lágrimas desalmadas a fugir de olhos tristes, a um pensamento profundo que ninguém ouve mas é algo perto dum "quem me dera que estivesses aqui".
Foi aí que tomei a maior e melhor decisão da minha vida, sem me aperceber que andava já de máquina na mão a mudar de rolo aqui e ali, "vou ser fotógrafa".
Percebi então que a fotografia era bem mais que uma simples cábula de memória, e passava bem mais para alem disso.
Sim, apercebi-me que a fotografia é a eternidade de uma pessoa, é um sorriso jovem aos 90 anos, uma moda que se mantém durante 60 anos, uma noticia que se mantém viva durante uma vida. É o nosso nascimento quando estamos a morrer. Não deixa de ser uma cábula da memória, concordo com todas essas pessoas, mas são todos estes pormenores que tornam a fotografia possivelmente a arte mais maravilhosa do mundo.

Tânia Fula ©

Sem comentários: