29/12/2011

fernando pais.

Não sei, mas sinto que a noite de hoje e o dia de amanha vão ser de esquecer. Faz um ano meu Grande Homem, faz um ano que te foste assim sem mais nem menos.
Uma memória que me faz chorar incondicionalmente, que me faz ficar de coração partido e de armas descarregadas. Uma saudade infinita quando vejo o teu sorriso maravilhoso nas fotografias, a tua velhice era possivelmente a velhice mais bela que já vi em toda a minha vida. 
Eras o meu Homem, o meu Homem que sempre esteve comigo, que me ralhava por chegar tarde a casa, por não tomar o pequeno almoço, por comer pouco à refeição, por dormir até tarde, o Homem que refilava com os anúncios, com os políticos, com tudo o que havia de falso e hipócrita. 
Eras o homem que cantava para mim nas noites de verão no terraço da casa da aldeia, o Homem que espirrava 20 vezes sem parar, o que usava a navalha para tudo, o que sabia a nossa monarquia de cor e salteado, o que me contava as histórias, o que me abraçava quando eu vinha de Lisboa com uma saudade imensa, um abraço tão forte avô, tão quente..tão..teu. Onde está? Onde posso encontrar isso agora? Onde posso encontrar-te para apenas ouvir a tua voz ríspida e forte. 
Dá-me força, se realmente posso acreditar que estás a olhar por mim agora, hoje, dá-me força para decidir, para continuar o meu caminho.
Tu idolatrado como um Homem lutador e concretizado dá-me força para ser como tu! Preciso tanto, mas tanto dessa tua força incondicional e natural, dá-me um pouco dela !

Amo-te cada dia que passa, e só não quero que o amanha chegue...

Tânia Fula © 

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