Uma memória que me faz chorar incondicionalmente, que me faz ficar de coração partido e de armas descarregadas. Uma saudade infinita quando vejo o teu sorriso maravilhoso nas fotografias, a tua velhice era possivelmente a velhice mais bela que já vi em toda a minha vida.
Eras o meu Homem, o meu Homem que sempre esteve comigo, que me ralhava por chegar tarde a casa, por não tomar o pequeno almoço, por comer pouco à refeição, por dormir até tarde, o Homem que refilava com os anúncios, com os políticos, com tudo o que havia de falso e hipócrita.
Eras o homem que cantava para mim nas noites de verão no terraço da casa da aldeia, o Homem que espirrava 20 vezes sem parar, o que usava a navalha para tudo, o que sabia a nossa monarquia de cor e salteado, o que me contava as histórias, o que me abraçava quando eu vinha de Lisboa com uma saudade imensa, um abraço tão forte avô, tão quente..tão..teu. Onde está? Onde posso encontrar isso agora? Onde posso encontrar-te para apenas ouvir a tua voz ríspida e forte.
Dá-me força, se realmente posso acreditar que estás a olhar por mim agora, hoje, dá-me força para decidir, para continuar o meu caminho.
Tu idolatrado como um Homem lutador e concretizado dá-me força para ser como tu! Preciso tanto, mas tanto dessa tua força incondicional e natural, dá-me um pouco dela !
Amo-te cada dia que passa, e só não quero que o amanha chegue...
Tânia Fula ©
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