15/09/2010


Como se fosse tudo tão novo. Tudo tão sem sentido de ser feito, falado, vivido.
Tudo tão cru, tão sem sentimento. Mas é ganancioso, dá-me vontade de mais. Dá-me um poder de crueldade sobre a vida, dá-me uma frieza superior que encanta!
Chega ao ponto de ser um demónio que me quer levar ao paraíso, me queima numa brisa tão sedutora, tão obesa de censura.
Chega a deitar lágrimas de agonia, sem sentido, sem a mínima lógica de ser, sem a mínima lógica de as deitar. Porque estás a chorar? O que se passa? Não sei! Juro que não.
Sinto-me fria, sinto sofrimento de causa minha, sinto dor que não é minha. E tu? porque choras, porque achas que tenho de te pôr um sorriso na cara? porque tenho de ser eu? a vida é a tua vida. a nossa vida é a nossa vida e a vida é a vida. De cada um, para ser vivida com cada um, com algo que nos dão. Mas acima de tudo com algo que damos a nós próprios. Ama-me, mas deixa amar-me ainda mais. Limpa as lágrimas de quem me chora, fica com o meu coração em troca do teu e beija o corpo dito meu, fica demónio, deixa o paraíso para amanha.

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