21/05/2010

Os meus pés deixaram de pisar o chão. Não foi por ir à lua com certeza, essa deu-me um abanão que vim cá parar a baixo. Foi uma "senhora queda" e foi de cabeça.
Hoje deu-me para ficar na cama. Deitei-me e vi como a vida nos passa ao lado, como se aproveita de nós e se ri na nossa cara por errarmos demais. Por chorarmos dos nossos erros. Vida engraçada esta!
Claro que sem contradições creio que a vida se transformou num paraíso infernal que os meus pais me deram quando nasci. Em pequenos grandes momentos da minha vida, soube fazer dela a maior das coincidências, em que dizia "a vida dá voltas".Passei ao lado delas, mas não deixei de reparar que a vida dá mesmo voltas que nem nos apercebemos que quem ontem era só nosso conhecido é hoje a pessoa mais importante da nossa vida. E uma das pessoas que te criou passa anos sem saber onde estás.Consegui fazer desta engraçada metáfora, conhecida por toda a gente como vida, o cumulo das felicidades, sorrir, rir, abraçar, querer mais, pensar sempre hoje é bom, amanha vai ser melhor. Mas como a vida não deixa de ser essa engraçada ironia, passei por ela de costas caídas, sem acreditar no que amanha poderá entregar-me nos braços, sem querer saber do que se estava a passar de mãos dadas com a tristeza. O tempo! Conheci-me já com uma certa idade, e dei por mim a perguntar serias vezes "o que estou eu a fazer à minha vida?" baixei-me, deixei as balas passarem por cima e chorei por me terem passado de raspão? mas que raio? Cheguei ao ponto de me doerem as costas, quando finalmente me levantei, levei com uma bala e PAU! chorei de uma dor real! É que doeu. Mas são estas balas que acabam por ser engraçadas, e que antes de nos atingirem dizem "aproveita, és a mulher mais feliz do mundo"! Tenho tudo para conseguir ser aquilo que quero. Tenho peito para levar com as balas, tenho costas para elas saírem, tenho os olhos para ver o mundo, para chorar e para mostrar como sou verdadeira! Tenho boca para amar, sorrir, falar, gritar; tenho mãos, tenho corpo, tenho vida. Eu sou uma sortuda de azar, passa por uma imperfeição tão perfeita que acaba por ser engraçado e por fim, maravilhoso!

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