14/05/2008

"não há pai"

Hoje vejo as fotografias, és uma recordação, uma simples recordação.
Não percebo porque é que me deixas-te, não entendo, tento mas não consigo
, se realmente me amasses não terias feito o que fizeste.
Porque é que choraste ao telefone quando te chamei de "pai"? Porque é que eu chorei
?
Não ouvias esta palavra à anos ou seria da minha voz? Sou uma recordação tal como tu és para mim?
Porque mudaste? Porque bebias, porque fazias coisas que me magoavam? Porque me fizeste crescer tão depressa? Porque é que não me deste uma infância como as outras crianças? Porque é que me criaste com discussões?

Os mimos que me davas, o álcool transformou-os em discussões, ofensas, tornou-te num monstro. Um monstro, essa era a palavra certa para uma criança que te via assim, tão diferente, tão mudado!

Se hoje tenho medo de discutir e de estar sozinha é graças a ti! Se hoje me mangou tão facilmente é graças a ti! Se hoje tenho medo de estar com alguém é graças a ti! Se hoje quero atenção é graças a ti! Tenho medo do meu próprio futuro, graças a ti, tenho medo de me envolver, tenho medo de esquecer, graças a ti! Tudo graças a ti.

Não consigo dizer odeio-te, mesmo tento razões para isso, sei que és meu pai. Tinhas tudo para ser feliz. Juro que não percebo, hoje com 17 anos, continuo sem te perceber. Dava tudo para voltar a traz e tentar ser feliz.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ha quem mercesse ler isto =)

<3

Unknown disse...

muito bom este post ;)